terça-feira, 3 de agosto de 2010

ENTREVISTA COM FOFINHA

Ana Paula Lopes Ferreira, conhecida como Fofinha, está de malas prontas para mais um desafio na carreira. Após 3 anos de Japão e alguns títulos na bagagem, Fofinha recusou propostas da Itália, de times brasileiros e resolveu aceitar o desafio de jogar no vôlei da Rússia. Aos 30 anos de idade, Fofinha assinou contrato de um ano com o Dínamo Krasnodar. Antes de viajar, Fofinha conversou com o blog. A jogadora falou dos momentos mais marcantes de sua carreira, erros, acertos, explicou como foi sua passagem pela seleção adulta, deu conselhos as jogadoras mais novas que sonham em jogar na europa e disse que é mais valorizada no exterior.

Porque você fez a opção de jogar na Rússia?

Simples. Meu contrato com o time da Nec acabou em maio. Foram duas temporadas consecutivas e antes disso tinha jogado em 2007 na Hisamitsu. Recebi o convite, analisei bem e aceitei esse desafio diferente. Fiz um ano de contrato.

Você teve mais propostas da europa?

Sim. Recebi convite para ir jogar na Itália na equipe do Busto Arsizio onde atuava a Fernandinha.

E das equipes brasileiras?

Alguns times do Brasil como Pinheiros, Araçatuba e Minas queriam conversar, porém a diferença dos valores era muito grande e não dava nem para começar a negociação. Felizmente consegui fazer boas temporadas no exterior e isso me valorizou bastante lá fora. Eu hoje sou mais valorizada no exterior do que aqui.

O aspceto financeiro foi determinante?

Primeiro claro é o dinheiro. Já tenho 30 anos e pretendo jogar mais 4 ou 5 temporadas. Joguei no Japão todos esses anos e a gente fica muito isolada do mundo do vôlei. Tinha vontade de disputar um campeonato forte como será na Rússia. Eu fui para o Japão em 2007 quando ia fazer 27 anos e tive um salto de qualidade muito grande na minha carreira, mas acredito que se tivesse ficado aqui poderia ter me destacado mais.

Como os japoneses se interessaram na Fofinha?

Eu estava na Cimed Macaé e tive a proposta do Japão após a disputa da Salonpas. Fui eleita a mvp da competição em 2006.

Qual temporada você considera aquela inesquecível?

Uma temporada que me marcou muito foi quando em 99/2000 quando joguei pela primeira vez como titular em uma equipe de ponta. Era nova e me lembro que cada vez que entrava na quadra me dava um frio na barriga. A oprtunidade apareceu quando a Ana Mozer teve que parar de jogar e eles me colocaram de ponteira no extinto Bcn. O Sérgio Negrão veio falar comigo antes de tudo e eu fiquei muito empolgada.

Quem foi o treinador mais importante da sua carreira?

Como treinador fica dificil porque pessoas importantes ajudaram na minha formação de atleta. Mas tem um técnico que esteve comigo nos momentos de transição e que sempre pensou no meu melhor. Essa cara foi o Sérgio Negrão. Como disse, foi ele me colocou de titular em um time que tinha grande e eu era apenas uma juvenil. Ele também me incentivou quando fui para o exterior. É uma pessoa que sempre peço conselhos em relação a vida pessoal e ao vôlei.

Porque você não fez sucesso na seleção adulta?

Na verdade eu não estourei quando deveria. Nas categorias de base fui muito bem até os 20 anos e sofri muito com uma lesão na tibia que acabei operando em 2003. Acho que esse lesão me desestabilizou e eu nao rendi o que deveria durante esses anos. Com isso, acabei perdendo um pouco da minha confiança.

Mas essa lesão atrapalhou tanto sua carreira?

Sim, demais. Eu jogava no Bcn, parei por varias vezes, sentia dor e não tinha a mesma cabeça de hoje. Não sabia como cuidar da lesão. Errei por falta de maturidade.

Mas você fez sucesso nas divisões de base ...

Sim. Fomos a primeira seleção campeã mundial infanto e vice juvenil.

Quando você esteve na seleção adulta?

Eu fui chamada naquela fase do Marco Aurélio. O que aconteceu foi que naquele momento eu deveria ter me destacado e não aconteceu. Surgiram as meninas mais novas que nasceram em 1982,1983, elas foram bem nas categorias de base e entraram na seleção. Eu não preciso nem falar, são as meninas que estao ai hoje e o talento delas é inquestionável. Vai para a seleção quem joga bem.

Por falar em Marco Aurélio, dizem que 'derrubaram' ele. É verdade?

Olha, eu fui cortada e não estava quando aconteceu tudo aquilo. São fatos tristes do vôlei, mas acho que todos erraram. Jogadoras e treinador.

A Dani Lins é a susbtituta ideal da Fofão?

A Dani vem sendo preparada e acredito que vai crescer bastante ainda. Se pensarmos que ela é a levantadora do Rio, foi várias vezes campeã e tem passagens pelas categorias de base, precisa estar na seleção. Substituta da Fofão é pesado. Melhor dizer que a Dani é próxima levantadora da seleção.

E o apelido Fofinha. Como surgiu?

Quando eu era mais nova e peguei seleção brasileira pela primeira vez, tinha mais de uma Ana Paula. As meninas me achavam parecida com a Fofão e começaram a me chamar de Fofinha. Isso pegou desde 1994.

Muitas jovens sonham em jogar no exterior. Você teria algum conselho?

Nós brasileiras, tirando os que são extremamente habilidosos, só conseguimos jogar da maneira que jogamos devido a nossa carga de treino físico e com bola. Lá fora, ninguém treina no nosso ritmo e a qualidade de treino não é a mesma. Por isso é muito importante saber manter aquilo que fazemos aqui, pedir treinos extras com bola e não abrir mão da academia.

Fonte: Blog do Bruno Voloch

Um comentário:

Nêgo Bom disse...

Essa garota e de sucesso!!!
Sua familia deve ser muito orgulhosa de vc!!1
Sucessos pra vc Fofinha!!!!