A jogadora descobriu o problema durante o mundial do Japão no ano passado e preferiu esconder a situação para não abalar a seleção que lutava pelo título.
O blog falou com Eleonora Lo Bianco. Considerada uma das melhores jogadoras do mundo na posição, a jogadora conta com exclusividade como conviveu com a situação, o drama antes e depois da operação e os riscos que a cirurgia trouxe para sua carreira. Lo Bianco confessa que teve medo de não jogar mais e que se emocionou ao ser aplaudida de pé quando foi relacionada pela primeira vez após a operação.
Como e quando você percebeu que algo estava errado?
"No Japão, durante a Copa do Mundo. Ohei com cuidado e descobri algo sobre a pele que eu não sabia definir o que era exatamente. Fiquei com medo. Eu senti que havia algo embaixo duro, um caroço na verdade. Mas eu não falei com ninguém. Eu não disse nada nem para os médicos da seleção".
Não seria mais correto avisar os médicos ?
"Faltavam poucos dias para a gente voltar e eu fiz essa opção. Assim que cheguei em Bergamo procurei um especialista e disse que gostaria de saber somente a verdade. Os médicos disseram que havia um nódulo em um dos seios e que teria que ser removido o mais rápido possível. No dia seguinte eu entrei no Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, onde fui atendida pela equipe do professor Veronesi. Após a operação eles me disseram que havia um leque de hipóteses. O tumor poderia ser benigno, que tudo estaria terminado com a remoção, o mais grave, no caso de metástases. Em ambos os casos seriam controlados pela intervenção cirúrgica".
Qual foi sua sensação de espírito?
"Digamos que eu experimentei um turbilhão de sentimentos, todos concentrados em um tempo muito curto, por isso agradeço a Deus sempre. Acredito que minha serenidade aparente, que provavelmente foi inconsciente, é por causa dos ensinamentos dos meus pais".
E quando o nódulo foi retirado?
"Na verdade, 24 horas depois, eu percebi que tudo estava voltando ao normal. Tinha que olhar pra frente e agir como uma mulher normal. Estes pensamentos positivos são fundamentais para abordar de forma pacífica o curso exigido de uma radioterapia. Não há dificuldades em suportar esse trabalho".
Você teve medo de não poder voltar a jogar ?
"Sim, não vou mentir. Antes de ser operada os médicos foram claros comigo e disseram que o problema poderia se estender ao braço e que poderia perder os movimentos necessários para jogar vôlei".
A solidariedade no seu caso foi impressionante ...
"Senti ao meu redor muita afeição e solidariedade, algo inimaginável. Minha família, pai, mãe, meu irmão, sempre do meu lado. Mas não foram apenas eles, tive colegas, as jogadoras, jornalistas e fãs, incluindo os dos times adversários. Chegaram mensagens de todo o mundo. Na verdade queria agradecer todo o aopio que recebi até hoje".
E como foi ser apludida de pé pelo ginásio na semana passada ?
"Fiquei arrepiada. O Bergamo provou como me ama".
Quando você volta a jogar ?
"Eu comecei a freqüentar a academia, naturalmente, um ritmo suave, sem fazer previsão. Eu faço musculação pela manhã e de tarde pego leve na parte física. Minha programação ainda é diferente. Eu não posso forçar o braço. A ferida está curada mas a profundidade é recente e não pode abrir".
Você jogará ainda essa temporada ?
"Eu ainda me faço essa pergunta. Acho que sim e na fase de playoffs do campeonato estarei em quadra. Fomos eliminados da Champions League e temos obrigação de ganhar o italiano. Quero ajudar minhas companheiras e a torcida sabe que poderá contar comigo".
Fonte: Blog do Bruno Voloch
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