
(Foto: Arquivo Pessoal)
Uma fisgada nas costas, uma série de injeções e um sacrifício que não
valeu a pena. Após ser diagnosticada com hérnia de disco em julho de
2012, Vivian tentou encarar a dor e seguir jogando à base de
medicamentos. O esforço, além de não ter dado retorno em quadra, agravou
a lesão e obrigou a bloqueadora a se afastar do esporte e dedicar-se
exclusivamente à fisioterapia por cinco meses. Ainda em tratamento, mas
autorizada a retomar a carreira nas areias, a atleta dará o primeiro
passo do recomeço ao lado de Shaylyn no Open de Fortaleza, sétima etapa
do Circuito Brasileiro 2012/2013.
- Sentia muita falta de suar, de treinar com bola, de fazer a parte
física. Foi de longe o momento mais difícil da minha carreira e eu não
vejo a hora de voltar a competir – disse a paraense, por telefone.
Vivian sentiu uma pontada nas costas em julho, no Grand Slam de Gstaad,
durante a partida contra as chinesas Xue e Zhang Xi. Sem condições de
prosseguir, a brasileira abandonou o jogo e, após conversar com Taiana
(parceira na época) e a comissão técnica, decidiu não disputar a
repescagem contra as suíças Keyser e Heidrich. A dor era tanta que até
para andar a bloqueadora sentia dificuldade. Para vestir-se, precisava
de ajuda.
A vontade de seguir competindo, pelo menos até a pausa para as
Olimpíadas, fez a atleta optar por um caminho que hoje se arrepende de
ter seguido. À base de injeções para suportar o incômodo, jogou ainda
duas etapas. Foi eliminada na repescagem na Alemanha e, na Áustria,
ainda na fase de grupos. De volta ao Brasil, viu que o esforço havia
agravado o quadro, diagnosticado como hérnia de disco. Precisou ficar
cinco meses de repouso e entregue exclusivamente à fisioterapia.
- Fiz a loucura de me sacrificar e jogar à base de injeção na coluna.
Quis dar uma de super-herói e piorei. Eu chorava muito, não acreditava
na gravidade da lesão. Ficava em casa apenas repousando e fazia
fisioterapia de manhã, de tarde e de noite. Torcia pela minha
ex-parceira (Taiana) pelo SporTV e ficava com o gostinho de querer
voltar logo. Nunca pensei em desistir. Sou muito aguerrida com meus
objetivos, muito firme no que quero, e lutei o tempo todo para voltar o
quanto antes.
Vivian chegou a receber indicação de cirurgia, mas optou pelo
tratamento tradicional. Trabalhou por três meses na Urca, Zona Sul do
Rio de Janeiro, até decidir consultar-se em Fortaleza com o especialista
Élder Montenegro, que tratou Larissa, ao lado de quem Vivian foi campeã
brasileira em 2008, no início da carreira. Para seguir o novo programa
proposto, a paraense mudou-se para a capital cearense e, há dois meses,
está hospedada na casa da também jogadora Andrezza.
No final do ano, Vivian recebeu uma ligação de Shaylyn, que estava
voltando a sua cidade natal. As duas conversaram sobre os planos de
ambas e a situação clínica da bloqueadora e decidiram jogar juntas.
Começaram a treinar no dia 4 de janeiro e farão a estreia da parceria na
fase classificatória do Open cearense, sétimo da temporada e primeiro
deste ano.
- Ela (Shaylyn) está com outros planos pessoais e não deve ter o vôlei
como prioridade total, mas eu vou me doar ao máximo. A gente não vai ter
essa cobrança de resultados logo agora, vamos seguir treinando e
buscando um resultado bom. Chegar numa semifinal vai ser uma benção de
Deus. Sei que teve a parada de final de ano para todos (última etapa foi
no início de dezembro), mas para mim é mais complicado. São seis meses
parada. Mas aos poucos vou readquirindo esse prazer de jogar.
A partir desta sexta-feira, Vivian e Shaylyn passam a competir com
Juliana/Maria Elisa, Lili/Rebecca, Talita/Taiana, Ágatha/Bárbara Seixas,
Ângela/Neide, Maria Clara/Carolina, Val/Thaís, Chell/Izabel, Elize
Maia/Fernanda Berti, Karin/Pri Lima e Raquel/Josi. A disputa no Aterro
de Iracema tem entrada gratuita e terá transmissão ao vivo do SporTV nas
semifinais (sábado) e na decisão dos dois naipes (domingo).
fonte: sportv.com
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