sexta-feira, 27 de maio de 2011

BRASIL ESTÁ CARENTE DE LEVANTADORAS E PONTEIRAS ALTAS

Dani Lins no treino da seleção de vôlei (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
A provável presença de duas veteranas na próxima edição da Superliga levantou a questão sobre a renovação entre as levantadoras brasileiras. Aos 40 anos, Fernanda Venturini desistiu da aposentadoria mais uma vez e acertou com o Rio de Janeiro. Um ano mais velha, Fofão deve fechar com uma equipe nacional nos próximos dias. E, enquanto as veteranas comandam a distribuição das jogadas, a escassez de novos talentos fica cada vez mais evidente, tanto no Brasil quanto no mundo.

Apontada como uma das promessas para a posição, Ana Tiemi não vingou na seleção e perdeu espaço para Fabíola. No Osasco, ficou no banco de Carol Albuquerque na última temporada, mas foi lembrada por Zé Roberto Guimarães e defenderá o país, pela seleção de novas, na Yeltsin Cup. Roberta, que era reserva de Dani Lins no Rio de Janeiro, seguirá como uma promessa, agora suplente de Venturini. Quando comentou o retorno da esposa às quadras, Bernardinho disse que precisava de alguém mais experiente para “guiar um carro de Fórmula 1”, referindo ao time sete vezes campeão nacional, que este ano ganhou o reforço de Natália.

O técnico da seleção feminina não acredita que a longevidade de atletas consagradas desestimule as novatas. O comandante ressalta que a posição é de extrema responsabilidade e exige uma evolução gradual.

- A carência é mundial. A maioria das levantadoras de outros países é bem jovem. A titular da Turquia tem 21 anos, a da Rússia tem 22. Só os Estados Unidos tem uma levantadora mais velha. É uma posição em que a renovação não aconteceu gradativamente, e em que é preciso ter mais experiência, não tem como fugir. Acho que as nossas estão evoluindo, mas é preciso dar tempo para elas amadurecerem. Elas precisam continuar suas trajetórias para criarem o próprio espaço.

No Brasil, Zé Roberto aponta ainda a falta de ponteiras passadoras altas. O treinador lembra que Mari, a mais alta do setor na lista atual, com 1,89m, atuava como oposta, mas mudou de posição para ajudar a suprir essa lacuna.

- Temos poucas jogadoras grandes nesta posição, enquanto a Rússia tem umas seis ou sete. Em 2004 precisávamos melhorar o bloqueio na posição 4 e a Mari foi trocada para ponteira em função disso. É uma questão da característica física do povo. Não temos esse material humano, e por isso precisamos treinar muito mais para compensar. Em outras posições, porém, estamos muito bem servidos. Temos duas centrais que eu colocaria entre as cinco melhores do mundo – disse, referindo-se a Fabiana e Thaísa.

Na visão do treinador, a seleção masculina está melhor estruturada quanto à renovação. Ele cita ainda a migração de meninos que jogavam basquete para o vôlei como fator importante para o aumento da média de altura da equipe.

- Não temos no feminino a mesma reposição que há entre os homens. Houve um fenômeno no Brasil e muitos garotos que estavam no basquete mudaram para o vôlei, e isso favoreceu. Hoje, na minha opinião, é possível formar três boas seleções no masculino, enquanto só conseguimos montar uma e meia entre as mulheres.

Um comentário:

jose carlos disse...

O Brasil possui muitas meios de rede altas.Porque não fazer com que algumas dessas se tornem ponteiras passadoras?Parece que todas as jogadoras acima de 1,90m querem ser só meios de rede.